


Teresina possui hoje uma das piores frotas de ônibus do país, mas os empresários insistem em tentar aumentar as tarifas das passagens anualmente. No entanto, não propõem nenhuma mudança na qualidade das frotas e nem resolver o problema da superlotação e atrasos dos coletivos. E o pior, não temos sistema de transporte integrado e os passageiros que precisam pegar mais de um ônibus pagam várias passagens.
No mês de julho deste ano, a população recebeu a noticia de mais um possível aumento do preço das passagens de ônibus, até então de R$ 1,90 passando para o valor abusivo de 2,40, o que significaria um acréscimo de 24%, muito superior ao aumento do valor do salário mínimo e da inflação, que este ano chegou a 6,5%. A única justificativa é a sede de lucro dos empresários, que querem ficar cada vez mais ricos à custa do dinheiro dos trabalhadores e estudantes.
Em repúdio a esse aumento, no dia 30 de junho a Associação Municipal dos Estudantes Secundaristas de Teresina (AMES – Teresina) e a União da Juventude Rebelião (UJR) tomaram a frente das lutas e organizaram um protesto, mobilizando estudantes das escolas: Benjamin Baptista, João Clímaco, Liceu Piauiense e Barão de Gurguéia, Anísio de Abreu, Danthe, todas situadas no centro da cidade. Com cerca de 200 estudantes, seguiu em passeata pelas ruas do centro em direção a Prefeitura cantando palavras de ordem como: "O povo não é bobo R$2,40 é roubo" e “Se a passagem aumentar, a catraca eu vou pular”. A passeata teve total apoio da população que acenava nos prédios, aderia-se a ela em muitos momentos e os trabalhadores, que pegavam o microfone para denunciar e demonstrar seu repúdio.
Chegando à prefeitura da cidade, os estudantes se depararam com vários policiais fazendo um cerco na entrada do prédio. Mesmo assim, foi decidido que ninguém sairia de lá até que fossem atendidos pelo senhor Elmano Férrer, prefeito da cidade. Após muita insistência dos estudantes que não desanimavam, conseguiram que uma comissão com representantes da Ames – Teresina, UJR e estudantes de todas as escolas presentes fosse recebida pelo chefe de segurança da casa. A passeata teve vários resultados, entre eles uma reunião com a comissão para discutir sobre o tema com o Secretario de Governo, e a conquista do congelamento do preço das passagens.
Rubem Ilicht- Militante da UJR.
Eleição da diretoria de fundação do FENET |
Um dia depois, os enfrentamentos entre a polícia e os manifestantes começaram nos arredores da Corte Suprema e do Sindicato de Jornalistas. Os manifestantes interditaram o tráfego de uma das vias principais, e as forças de repressão tentaram dispersá-los com gás lacrimogêneo, balas de borracha e cassetetes. Pouco depois, os manifestantes começaram a atirar pedras e garrafas vazias contra a polícia e queimaram um carro e dezenas de pneus.
Entre as palavras de ordem mais pronunciadas durante as manifestações estavam "Fora Hosni Mubarak", "O povo quer mudança e liberdade", "Mubarak, você tem um avião esperando", alusão ao meio de transporte usado pelo presidente tunisiano para fugir de seu país rumo à Arábia Saudita, e Hosni Mubarak, Omar Suleiman, vocês dois são agentes dos americanos", milhares de jovens seguem protestando.
Como não podia ser diferente, a juventude ocupa um lugar especial nos protestos. "Esta é a primeira vez que estou protestando. Temos sido uma nação covarde. Finalmente, precisamos dizer não", disse Ismail Syed, de 24 anos. "As coisas vão de mal em pior. Estamos cansados. Alguém tem de fazer algo", completou a estudante Gehad Samy. "Mudança precisa acontecer.
Toque de recolher desmoralizado
No último dia 28 de janeiro, as manifestações cresceram e se radicalizaram de tal forma que a sede do Partido Nacional Democrático, o partido do fascista Mubarak, foi incendiada. O governo se nega a dar informações oficiais, mas segundo apurou a TV Al Jazeera 150 foram mortas e mais de 2.000 picaram feridas nas cidades do Cairo, Alexandria e Suez.
No dia 29, o toque de recolher foi imposto pelas Forças Armadas em uma tentativa de acabar com as manifestações. A noite foi iluminada por prédios e carros em chamas e o povo voltou às ruas pedindo o fim da ditadura no Egito.
No intuito de aplacar a ira da população, o ditador demitiu todos os ministros e formou um novo gabinete chefiado por militares. Porém, a população quer mesmo é a demissão de Mubarak. O grau de mobilização e de consciência alcançado pelas massas egípcias, este, na verdade, foi o primeiro grande passo para uma futura derrubada do próprio presidente.
Enquanto isso, 20% dos jovens de 15 anos tâm menos de seis anos de escolaridade ou abandonaram a escola. Dos que participam do PISA (Programe for International Student Assessment), programa que compara o nível educacional de 65 países do mundo, o nível de aprendizagem coloca o Brasil na vergonhosa posição 53º, com níveis de aprendizagem baixíssimos em Matemática e Ciências. Essa situação, no entanto, não envergonha deputados e senadores, que aprovaram aumento de R$ 10 mil no próprio salário e apenas R$ 35 de reajuste no salário mínimo.
É preciso mudar essa situação e o caminho é a luta. A União da Juventude Rebelião - UJR, convoca os estudantes à realização de uma grande jornada de lutas no mês de março. Vamos ocupar às ruas para barrar o corte de verbas na educação, o aumento abusivo de taxas e mensalidades nas faculdades privadas e o aumento das tarifas de ônibus.
A jornada, que ocorrerá de 21 de março a 4 de abril, relembra também o estudante secundarista Edson Luís, assassinado pela Ditadura Militar brasileira em 28 de março de 1968. Vamos conquistar nas ruas a educação e o Brasil que queremos!
União da Juventude Rebelião - UJR
Coordenação Nacional
No início de 2011, vários ônibus de Moscou, Capital da Rússia, apresentaram em suas laterais uma campanha publicitária com fotos de Josef Stálin e frases em sua homenagem: "Na época de Stálin, vivíamos num paraíso"; "Na época de Stálin, os delinquentes, ao invés de ter palácios, estavam presos".
Esta campanha, financiada exclusivamente com contribuições de trabalhadores, visa resgatar a importância do camarada Stálin à frente das vitórias heróicas do povo soviético. Povo que, no início da década de 1920, vivia ainda num país ainda atrasado econômica e tecnologicamente e, ao final da década 1930, foi capaz de derrotar a maior e mais sanguinária máquina de guerra que já se existiu, a besta nazista de Hitler. Povo que edificou a URSS, o país do socialismo, tendo a classe operária e seu Partido no poder, e o camarada Stálin como principal dirigente desse processo.
Fica aqui o exemplo de que, por mais que a burguesia e seus lacaios tentem esconder a verdade, ela insistirá em vir à tona.
Da Redação:http://www.averdade.org.br/modules/news/article.php?storyid=749