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01 March 2011

JUVENTUDE EGPCIA PÕE POLÍCIA PRA CORRER

Inspirados pela insurreição tunisiana, milhares de trabalhadores e estudantes egípcios promovem gigantescos protestos contra o governo do presidente Hosni Mubarak, 82 anos, há 30 no poder e importante aliado dos EUA na região. Em um desses, ocorrido no dia 25 de janeiro e intitulado "Dia da revolução contra a tortura, corrupção, pobreza e desemprego", mais de 30 mil pessoas ligadas a sindicatos, grupos islâmicos e até torcidas de futebol tomaram as ruas do Centro da capital, Cairo. Centenas de policiais cercaram a praça central da cidade e utilizaram gás lacrimogêneo e canhões de água para conter a passeata. Alguns manifestantes formaram barricadas e jogaram pedras contra a polícia: 150 pessoas 860 foram presos e 150 mortos.

Um dia depois, os enfrentamentos entre a polícia e os manifestantes começaram nos arredores da Corte Suprema e do Sindicato de Jornalistas. Os manifestantes interditaram o tráfego de uma das vias principais, e as forças de repressão tentaram dispersá-los com gás lacrimogêneo, balas de borracha e cassetetes. Pouco depois, os manifestantes começaram a atirar pedras e garrafas vazias contra a polícia e queimaram um carro e dezenas de pneus.

Entre as palavras de ordem mais pronunciadas durante as manifestações estavam "Fora Hosni Mubarak", "O povo quer mudança e liberdade", "Mubarak, você tem um avião esperando", alusão ao meio de transporte usado pelo presidente tunisiano para fugir de seu país rumo à Arábia Saudita, e Hosni Mubarak, Omar Suleiman, vocês dois são agentes dos americanos", milhares de jovens seguem protestando.

Como não podia ser diferente, a juventude ocupa um lugar especial nos protestos. "Esta é a primeira vez que estou protestando. Temos sido uma nação covarde. Finalmente, precisamos dizer não", disse Ismail Syed, de 24 anos. "As coisas vão de mal em pior. Estamos cansados. Alguém tem de fazer algo", completou a estudante Gehad Samy. "Mudança precisa acontecer.

Toque de recolher desmoralizado

No último dia 28 de janeiro, as manifestações cresceram e se radicalizaram de tal forma que a sede do Partido Nacional Democrático, o partido do fascista Mubarak, foi incendiada. O governo se nega a dar informações oficiais, mas segundo apurou a TV Al Jazeera 150 foram mortas e mais de 2.000 picaram feridas nas cidades do Cairo, Alexandria e Suez.

No dia 29, o toque de recolher foi imposto pelas Forças Armadas em uma tentativa de acabar com as manifestações. A noite foi iluminada por prédios e carros em chamas e o povo voltou às ruas pedindo o fim da ditadura no Egito.

No intuito de aplacar a ira da população, o ditador demitiu todos os ministros e formou um novo gabinete chefiado por militares. Porém, a população quer mesmo é a demissão de Mubarak. O grau de mobilização e de consciência alcançado pelas massas egípcias, este, na verdade, foi o primeiro grande passo para uma futura derrubada do próprio presidente.

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