Inicio

11 August 2009

PELO LIVRE ACESSO À UNIVERSIDADE

“....Privatizaram o conhecimento
que só a humanidade pertence...”
Bertold Bretch

O quadro de exclusão que vive o ensino superior no país é alarmante. De acordo com o próprio Ministério da Educação, só 13% dos jovens entre 18 e 24 anos têm acesso a universidade (menor índice de toda a América Latina) e o setor privado corresponde a 88% das vagas ofertadas a cada ano, numa prova de que os interesses dos capitalistas é que comandam a política educacional brasileira.
O vestibular funciona como uma verdadeira mina de ouro. Ao seu redor se construiu uma milionária rede de cursinhos e colégios particulares, além de o exame ser realizado por fundações privadas que ganham milhões nas inscrições dos vestibulares. A Fuvest, responsável pelo vestibular da USP (....), recebeu em 2007 a cifra de R$ 11,5 milhões com as inscrições.
O governo e boa parte da imprensa têm propagandeado o “fim do vestibular”. Na prática o novo ENEN mantém o mesmo número de vagas das universidades públicas, haja vista que o problema principal para os estudantes não é o da prova, e sim o número de vagas oferecidas. Na UFPI, apenas 10% do inscritos no vestibular de 2008 conseguiram ingressar.
Enquanto isso, o governo tem desviado verbas que deveriam ser destinadas à ampliação de vagas nas instituições públicas para as universidades privadas, principalmente através do Prouni e do FIES, que, juntos, injetam anualmente mais de R$ 3 bilhões de reais nos cofres das universidades privadas, além é claro da dívida pública que consome 46,5% dos gastos federais contra 2,6% dedicados a Educação.
A luta histórica do movimento estudantil sempre apresentou a bandeira do Livre Acesso à Universidade e para tanto precisamos garantir uma efetiva ampliação de vagas e dos investimentos nas instituições públicas de ensino superior, garantindo vagas para todos na educação pública.
A verdade é que o acesso ao ensino superior é um direito e o Brasil que produz tantas riquezas pode e deve garanti-lo a todos os jovens. Na América Latina, diversos países já adotam métodos muito menos excludentes de acesso às universidades.
Para tanto, a União da Juventude Rebelião – UJR, reafirma o seu compromisso pelo Livre Acesso à Universidade e convoca a juventude brasileira a transformar esse momento de discussões do novo ENEM num debate sobre a exclusão do acesso. A proposta do MEC não respeita os anseios estudantis e precisamos de uma vez por todas ocupar as ruas do país para exigir o fim do vestibular e o direito ao Livre Acesso à Universidade.

União da Juventude Rebelião
Junho de 2009

No comments: