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02 June 2008

Mais um ano sem a meia-passagem em Belo Horizonte

Belo Horizonte ainda é a única capital do país onde os estudantes não têm nenhum beneficio no transporte coletivo para ir à escola. Vale lembrar que em 2006 o prefeito Fernando Pimentel (PT) disse pessoalmente à Ames-BH que os receberia para uma audiência para discutir essa situação, mas que dois anos se passaram e foi somente mais uma promessa não cumprida. Em 2007, mais de 700 estudantes ocuparam a Câmara Municipal de BH e o prefeito foi à Imprensa dizer que já estava encaminhando um projeto que iria garantir o Passe Livre aos estudantes do ensino médio das escolas municipais de BH. O que está sendo encaminhado, porém, é o fechamento do ensino médio nas escolas municipais para se cortarem gastos da prefeitura com a educação.

Nessa situação, mais de mil estudantes de diversas escolas da capital atenderam ao novo chamado da Ames-BH e da União da Juventude Rebelião (UJR), no dia 10 de abril, e saíram às ruas em uma nova manifestação, dando prosseguimento à Jornada Nacional de Lutas.

Ao tentarem os estudantes entrar na prefeitura, a Guarda Municipal agiu de forma truculenta, impedindo seu acesso e chegando a agredi-los com socos e cacetadas. Uma comissão foi recebida pelo secretário particular do prefeito, que disse que as reivindicações seriam passadas, pois o prefeito, naquele momento, se encontrava em viagem aos Estados Unidos.

No dia 8 de abril, o grêmio estudantil do Colégio Estadual Central (maior escola de ensino médio do Estado), também junto com a Ames-BH, realizou uma grande mobilização que teve a participação de 800 estudantes da escola, reivindicando a mudança da atual “organização curricular” imposta pela Secretaria Estadual de Educação. A mobilização resultou na ocupação da Assembléia Legislativa de Minas Gerais (Alemg).

“A situação de vários estudantes não é fácil; já não basta o descaso por parte dos governos com a educação; a cada dia se torna mais difícil a tarefa de ir à escola, pois o estudante gasta, no mínimo, R$ 4,20 por dia e, em vários casos, esse valor ultrapassa a quantia de R$ 10 por dia”, disse Samuel Martins, diretor de grêmios da Ubes e membro da UJR.

Os estudantes continuaram na porta da prefeitura durante quase todo o dia, com muita agitação. Foi organizado um teatro denunciando o “casamento” (aliança para as próximas eleições municipais em BH) do prefeito Fernando Pimentel com o governador do Estado Aécio Neves (PSDB). A manifestação se encerrou numa assembléia, na qual os estudantes decidiram que essa luta não pode parar e que voltarão para suas escolas e formarão mais grêmios para fortalecer o movimento estudantil para a conquista do meio-passe.

Guilherme Silva Pinto, Presidente da Ames-BH e militante da UJR
texto extraido de www.averdade.org.br

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